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domingo, 26 de outubro de 2014

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

O dia em que nos perdemos...

Comecei este texto no dia em que te perdi. Não, espera! Vamos mudar isto… No dia em que tu me perdeste a mim! Porque no fundo, pensando bem… eu já te tinha perdido há muito tempo a ti…

Como estava a dizer, decidi escrever este texto no dia em que tu me perdeste! (Ainda não me soa bem isto, acreditas? Acho que me vou demorar a habituar !!! )

Continuando... Nesse dia acordei tarde, chovia muito e não tinha planos. Ia ficar por casa a ver tv enrolada na manta da preguiça. Sozinha. Já me estava a habituar a ficar sozinha… Sabes? Aquela treta do sexto sentido das mulheres, afinal, não é assim tão treta… É lixado pá! O pressentimento, aquele feeling mal-encarado, estava lá. Eu só não o queria ver nem ouvir e muito menos sentir mas ele estava lá. Como está quase sempre. É raro o sacana me abandonar assim, mesmo quando o tento ignorar sistematicamente.

Nesse dia já não contava com nada teu. Sabia que as coisas estavam mal, por um fio ou melhor, um fiozinho, daqueles fininhos e transparentes… Sabia há vários dias, aliás há muitos dias. Mas eu gostava (e gosto) tanto de ti, porra! E as lembranças que temos juntos? E as fotos em que sempre mostrámos ser os mais felizes? E a nossa cumplicidade de um só olhar? E as nossas gargalhadas em uníssono? E a sms de bom dia que eu recebia sempre ao chegar ao trabalho? Tal como o hábito do teu  “ boa noite” me fazer sempre dormir mais feliz…
E as pessoas que acreditavam em nós e no nosso final feliz? O que é isto em que nos tornámos? Quem és tu a partir deste dia? E quem vou ser eu? Nunca mais os mesmos, suponho.

Fomos tão cruéis um com o outro. Como chegámos a este ponto? Não me canso de perguntar a mim própria.

Em mim, desde essa tarde, ficaram muitas coisas para serem ditas e um nó no peito que teima em não se desfazer. Um nó que não se move e carrega com ele uma tristeza enorme mas que eu nunca me admito a transparecer. Certamente também o sentiste! Algo que se chama angustia… uma sensação horrível de ver que tudo o que construímos juntos ficou a partir deste dia feito em nada.

Tento muitas vezes adivinhar em como estarás tu agora. Talvez não tão sentido quanto eu, mas também triste. Tenho a certeza, ainda te conheço um bocadinho. Sei que me vais mandar para trás das costas, tentar esquecer-me porque dá demasiado trabalho discutir e tentar levantar um castelo que perdeu todos alicerces. 

Nunca foste bom para grandes construções nem planos… nem para nada que desse muito trabalho! Para essas coisas estava cá eu. 
Ainda aguentei tanto tempo a segurar os nossos dois mundos juntos mesmo que na ponta do dedo. Tens coisas boas, sabias? És simpático, educado, bonito, companheiro, integro, bom falante e talvez a pessoa mais inteligente que eu conheci até hoje… Mas lutar, batalhar e correr atrás das coisas que queres, não era de todo o teu forte… Mais uma vez, para isso estava cá eu. 
E agora? Agora que eu desisti de lutar por nós como é que vai ser?!

Quando liguei às minhas amigas a contar que tinhas ido embora para sempre, elas questionaram “Para sempre? Mas como sabes que é para sempre?” Não sei, é verdade. Mas sinto… Sinto que foi para sempre e sinceramente, apesar de assim entrar em constante contradição, se for para ser como foi nestes últimos tempos, apesar de te querer muito para mim e ao pé de mim, não aguentaria ter-te mais aqui.
Algumas usaram frases feitas, do tipo “ deixa ir, se for mesmo teu, voltará” , outra chutaram um “Há algo melhor reservado para ti, aposto!” Ainda houve uma mais arisca que se atreveu a um “ o problema de certeza que não és tu, amiga! Aposto que o mal é dele” ...
E as outras, talvez as que melhor me conhecem, pediram-me calma… calma na alma, porque só assim se pode voltar a viver mesmo quando parece que nunca mais vamos sentir o nosso mundo mexer.